domingo, 23 de outubro de 2016

Europa 2015/2016 - Dia 20 - Berlim / Amsterdã

08/01/16


Hoje o dia em Berlim amanheceu menos frio. O sol apareceu e começou a descongelar a neve. Acordamos, tomamos café no McDonald’s e fomos aproveitar a manhã livre, na Gendarmenmarkt. Construída no fim do século XVII, a Gendarmenmarkt é considerada por muitos a praça mais bonita de Berlim. Ali ficam a Casa de Concertos (Konzerthaus) e as catedrais alemã (Deutscher Dom) e francesa (Französischer Dom), com suas “torres gêmeas”. Realmente, a praça é maravilhosa!

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Gendarmenmarkt.

Voltamos para o hotel, fizemos o check-out e pegamos metrô e ônibus até o aeroporto. Lá pegamos um voo para a última cidade do nosso roteiro: Amsterdã.

O voo foi bem tranquilo. Quando chegamos ao aeroporto de Amsterdã, fomos ao balcão de informações e perguntamos qual era a melhor forma de chegar ao nosso hotel. A princípio, íamos de shuttle, mas a moça que nos atendeu sugeriu pegar o ônibus 197 e saltar no Rijksmuseum, relativamente próximo ao nosso hotel. Ela explicou tão direitinho e era tão mais barato que não tivemos dúvida e fomos para o ponto. Quando saímos do aeroporto, encontramos vários funcionários muito solícitos dando orientações, querendo ajudar.

Pegamos o ônibus, sentamos em assentos fáceis para ficar com nossas malas e prestamos atenção no nosso ponto. Foi bem fácil chegar mesmo, dentro do ônibus há uma tela falando sobre as próximas paradas. Pegamos nossas malas, saltamos e fomos andando até o nosso hotel. Então, no meio do caminho, começou o pesadelo. Gabriel, que estava na minha frente, parou, colocou as mãos na cabeça e falou, já com tom de desespero: “Esqueci minha mochila!”.

Quando ele falou isso, meu coração apertou e me deu uma vontade de chorar. Notebook, documentos dele, o resto do nosso dinheiro, estava tudo lá. Depois de alguns segundos sem ação, respiramos fundo e resolvemos ir para o hotel. Com o coração saindo pela boca e já pensando no que íamos fazer sem a mochila, fomos quase correndo. Quando chegamos à recepção, ainda tivemos que esperar um pouco pois um casal estava sendo atendido. Quando chegou nossa vez, já fui falando: “Boa noite, nós viemos fazer o check-in, mas antes precisamos muito da sua ajuda”. E explicamos tudo o que aconteceu, incluindo o horário que saltamos, onde saltamos e o número do ônibus. Entregamos nossos tickets para a atendente e ela prometeu nos ajudar, iria ligar para a companhia e tentar localizar a mochila. Ela nos encaminhou para nosso quarto, falou para relaxarmos e esperarmos notícias dela.

Entramos no quarto, colocamos nossas coisas, com a garganta fechada. Queríamos ir lá fora fazer alguma coisa, ajudar, mas não podíamos fazer nada, só esperar. Depois de alguns minutos, bateram na porta. A atendente, que estava ao telefone, perguntou qual era a marca da mochila, se havia alguma identificação. Gabriel falou os detalhes e ela saiu. Esperamos mais um pouco, impacientes e esperançosos. Outra batida na porta, dessa vez eram boas notícias: haviam encontrado a mochila! Devíamos ir para o ponto onde saltamos que, às 18:45 h, o mesmo ônibus que pegamos passaria ali e o motorista nos devolveria a mochila. Graças a Deus! Nem acreditamos, foi muita felicidade! Faltava ainda quase uma hora para dar aquele horário, mas saímos logo e ficamos no ponto esperando. Encontramos dois argentinos e conversamos com eles. Cada vez que aparecia um 197, tentávamos identificar o motorista e, quando ele parava, explicávamos brevemente a situação e perguntávamos se era ele quem estava com a mochila. Nenhum deles sabia da história. Esperamos, esperamos... Até que, como uma miragem, vimos: o ônibus 197 tão esperado, com a mochila rente ao para-brisa. Que coisa boa! =D

Pegamos a bendita mochila, estava tudo ali, ninguém roubou nada. Agradecemos a Deus (e à atendente do hotel) e fomos aproveitar a noite. Ficamos um pouquinho na Museumplein, a Praça dos Museus, onde fica o Rijksmuseum, o Museu Van Gogh e o Museu Stedelijk. Havia uma pista de patinação bem bonita, achei engraçado que várias pessoas estavam se apoiando em cadeiras, deviam estar aprendendo. Um dia gostaria de experimentar e patinar também, só tenho medo de me machucar e estragar a viagem. Aproveitamos para tirar algumas fotos por ali.

Museumplein.

Museumplein.

Museumplein.

Museumplein.

Museumplein.

Museumplein.

Museumplein.

Museumplein.

Arredores da Museumplein.

Rijksmuseum.

Depois fomos para o Hard Rock Cafe, para não perder o costume. Fica num lugar muito lindo, bem ao lado de um dos incontáveis canais da cidade. Da nossa mesa, conseguíamos ver o canal, lindo demais (pena que as fotos não ficaram muito boas)! Pedimos uma porção de nachos, muito boa.

Arredores do Hard Rock Cafe.

Arredores do Hard Rock Cafe.

Hard Rock Cafe.

Hard Rock Cafe.

Hard Rock Cafe.

Hard Rock Cafe.

No caminho de volta para o hotel, passamos numa mercearia para comprar algumas coisas. Fiquei surpresa que não havia atendentes nos caixas, cada um deve passar suas próprias mercadorias na máquina e pagar (somente com cartão). É claro que minha mente brasileira deu um ligeiro pane: quem fica vigiando? E se alguém deixar de passar alguma mercadoria? Coisas de primeiro mundo...

Mercearia / supermercado.

Todo mundo já ouviu falar que em Amsterdã todo mundo usa bicicletas, nós também já sabíamos disso. Mas fiquei impressionada com a quantidade e como elas se misturam com o trânsito, com tudo e todos. Para qualquer lado que você olhar, é certo que verá alguma bicicleta. Quase fui atropelada - olhei para um lado e nada, para o outro nada, e quando resolvi atravessar, uma bicicleta se materializou em alta velocidade perto de mim e por pouco não me atingiu. Os ciclistas parecem não reduzir a velocidade quando veem algum obstáculo, eles simplesmente desviam e seguem em frente, na maior naturalidade. Também achei o trânsito um pouco caótico. É carro, shuttle / ônibus, bicicleta, tudo andando no mesmo lugar, um atrás do outro, não sei como não batem toda hora! O.o

Mas nesse primeiro pedacinho de dia, com sufoco e tudo, já percebemos que a cidade é realmente encantadora, como imaginávamos. =D

domingo, 16 de outubro de 2016

Europa 2015/2016 - Dia 19 - Berlim

07/01/16


Acordamos, tomamos café no McDonald’s e seguimos para a Potsdamer Platz, uma importante praça e interseção de tráfego. Nosso plano era encontrar, ali, com uma guia turística que nos levaria (nós e outros turistas; não marcamos nada antes, só aparecemos lá no horário especificado) ao nosso destino do dia. Porém, quando acordamos, no hotel, Gabriel percebeu que não tínhamos dinheiro suficiente trocado (tínhamos muitas libras e poucos euros) e, até onde sabíamos, a guia só aceitava dinheiro em espécie. Saímos do hotel e vimos que a casa de câmbio próxima ainda não estava aberta – ela iria abrir exatamente no mesmo horário marcado para a saída da tour na Potsdamer Platz. Mesmo assim, seguimos para a praça, na esperança de ela aceitar algum pagamento em cartão, quando chegássemos ao destino. Mas infelizmente não deu certo, ela só aceitava dinheiro mesmo. Apesar da situação chata, não desanimamos. Voltamos, trocamos o dinheiro e partimos sozinhos mesmo. O destino? O antigo campo de concentração de Sachsenhausen.

Potsdamer Platz.

Potsdamer Platz.

Potsdamer Platz.

Potsdamer Platz.

Pegamos o metrô na Potsdamer Platz (linha S1) e saltamos na estação Oranienburg (a guia também faz esse caminho, todos vão juntos de metrô até lá). Ao chegar lá, fomos almoçar num McDonald’s perto da estação e pedimos orientações sobre como chegar em Sachsenhausen. Foi bem tranquilo, fomos andando. Aproveitamos para tirar fotos no caminho, estava tudo lindo coberto de neve.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

Assim que chegamos a Sachsenhausen, por volta das 12:00h, já preparei meu coração. Sabia que a visita ia ser difícil e pesada, fisicamente (pelo frio) e psicologicamente. Pegamos um audioguia e começamos. Foram 4 horas de visita, tristeza, indignação e frio. Estar naquele local, vendo, ouvindo e lendo sobre o que aconteceu ali, é uma experiência única, sem dúvidas, mas de embrulhar o estômago, em muitos momentos.

Acho que não preciso explicar o que era um campo de concentração. Palco de horrores, torturas, mortes, destruição. Pouco do que havia ali foi mantido até hoje, somente exemplos de algumas estruturas que existiam naquela época. Passamos pelo caminho que os prisioneiros passavam para entrar no que, para muitos, seria o destino final, de onde nunca sairiam vivos. Entramos numa das cabanas onde eles eram mantidos, amontoados e em condições subumanas. Vimos alguns dos instrumentos utilizados para tortura-los, roupas e objetos pessoais recuperados. Passamos onde eles eram fuzilados, entramos na sala de necrópsias. Sentimos o frio que eles sentiram (na verdade, só um pouco, pois tínhamos bons agasalhos, ao contrário deles). Engoli o choro muitas vezes, mas algumas lágrimas acabaram escapando.

A seguir, algumas fotos que tiramos lá. Resolvi transcrever alguns trechos que lemos ao longo da visita, para tentar passar um pouco do que sentimos.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sobre a foto abaixo: “Os prisioneiros só eram autorizados a usar os banheiros ou mictórios nas manhãs e noites depois da chamada e também ocasionalmente durante a pausa do meio-dia. Em qualquer momento, eles só tinham alguns minutos. Os doentes, mais fracos e mais velhos que caíssem durante a correria, acabavam pisados pelos outros prisioneiros e permaneciam no chão cobertos por excrementos. A qualquer hora, em qualquer lugar – incluindo nos lavatórios – os guardas praticavam atos regulares de tortura. Prisioneiros que estavam incapazes de trabalhar, tinham que ficar em pé, sem mover um músculo, o dia inteiro nesses espaços fechados. Alguns prisioneiros eram afogados pelos guardas no vaso sanitário.”

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sobre a foto abaixo: “Aqui era onde, durante as manhãs, os prisioneiros tinham que se lavar. Algumas vezes, até 400 homens eram espremidos em barracas como essa. Eles só tinham 30 minutos para acordar, receber as rações, se lavar e estarem prontos para a chamada. Consequentemente, de 8 a 10 pessoas ficavam em pé nessas duas bacias, com água fria espirrando – como uma fonte – do meio. Esses cômodos também eram locais de terror, os guardas afogavam prisioneiros nas bacias para lavar os pés (à direita).”

Sachsenhausen.

Sobre as próximas 4 fotos: “O bloco de prisão foi um dos primeiros prédios do campo de concentração de Sachsenhausen, que os prisioneiros tiveram que construir em 1936 conforme os planos desenhados pela SS. O prédio em formato de T com três alas serviu de prisão tanto para os habitantes do campo quanto para prisioneiros da Gestapo. Escondido atrás de uma parede, o prédio ficou marcado na memória dos prisioneiros como um local secreto onde assassinatos horríveis e muitas outras formas de abuso aconteciam.”

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sobre a próxima foto: Local usado para descascar batatas. “Stanislaw Urbanczyk, que ficou em Sachsenhausen, lembra: ‘Longas filas de bancos ficavam entre as colunas e em frente ficavam as tinas para as batatas descascadas. Era incrivelmente sujo e o fedor de batatas podres entrava em nossos narizes e fundo em nossas cabeças. As batatas eram, em grande parte, congeladas e podres. Elas não eram lavadas e, caso algum prisioneiro tentasse lava-las, ele apanhava’. O porão era um local de maus tratos deliberados. Por exemplo, os homens da SS encarregados da cozinha empurravam prisioneiros aleatoriamente dentro da água fria da bacia de batatas e os seguravam embaixo d’água repetidamente”.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sobre a próxima foto: “Para cobrir o desenfreado reino do terror com pelo menos uma aparência de legalidade, os corpos dos prisioneiros eram dissecados. As autópsias normalmente eram realizadas por médicos prisioneiros sob supervisão do médico da SS encarregado da patologia. Só em últimos casos o médico da SS fazia a autópsia. A partir de 1942, as paredes do prédio de patologia passaram a ter uma nota contendo uma lista de 7 causas de morte. Independentemente do resultado da autópsia, uma dessas causas tinha que ser marcada no certificado de morte, que era posteriormente assinado pelo médico da SS. Nos primeiros anos, os corpos dos prisioneiros de Sachsenhausen eram cremados em Berlim. Em 1940, o aumento das fatalidades no campo e o subsequente transporte de corpos ameaçavam ser notados pela população. Então, a SS ordenou a instalação de um crematório na seção sul. Esse crematório relativamente pequeno foi logo substituído por uma grande instalação de extermínio.”

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Saímos de Sachsenhausen e voltamos pelo mesmo caminho.

Saindo de Sachsenhausen.

Saindo de Sachsenhausen.

Pegamos o metrô e fomos para a localidade de Prenzlauer Berg. Tinha visto na Internet que esse é um bairro bem legal, boêmio, mas quando saltamos no metrô, já estava escuro, continuava muito frio e não conseguimos ver nada por perto. Então desistimos e voltamos para os arredores do nosso hotel. Antes, paramos num supermercado e comi um pretzel. Quando fui pedir, fiquei surpresa ao ver pães de queijo na estufa!

Estufa em Prenzlauer Berg.

Pretzel em Prenzlauer Berg.

Fomos jantar no Maximilians, de comida bávara. Pedi um macarrão bávaro com queijo e cebola (Allgäuer Kasspatzn. mit Röstzwiebeln) e Gabriel pediu um Toast Aloisius (fatias de bolo de carne bávaro assadas com camembert e mostarda doce de munique) e uma cerveja, é claro. Comida maravilhosa! =)

Maximilians.

Maximilians.

Maximilians.

Maximilians.

Maximilians.

Voltamos ao hotel. Tenho que fazer uma observação sobre o estado da nossa pele. Nesses últimos dias, observamos que a nossa pele ao redor da barriga (vulgo pneus) está irritada, como se estivesse assada, muito ressecada. E arde muito, é um incômodo grande! Passar hidratante alivia muito, apesar de não ser uma solução permanente. Então fica a dica para quem vai viajar para lugares frios: leve (e use) um creme hidratante. Não fique achando que isso é “coisa de mulher”, porque quando o bicho pega, ele é que ajuda. O mesmo vale para hidratante labial, melhor levar e usar do que ficar com a boca rachada e dolorida.

Já deixamos nossas malas arrumadas porque amanhã partimos para o último destino dessa viagem: Amsterdam! =)