domingo, 16 de outubro de 2016

Europa 2015/2016 - Dia 19 - Berlim

07/01/16


Acordamos, tomamos café no McDonald’s e seguimos para a Potsdamer Platz, uma importante praça e interseção de tráfego. Nosso plano era encontrar, ali, com uma guia turística que nos levaria (nós e outros turistas; não marcamos nada antes, só aparecemos lá no horário especificado) ao nosso destino do dia. Porém, quando acordamos, no hotel, Gabriel percebeu que não tínhamos dinheiro suficiente trocado (tínhamos muitas libras e poucos euros) e, até onde sabíamos, a guia só aceitava dinheiro em espécie. Saímos do hotel e vimos que a casa de câmbio próxima ainda não estava aberta – ela iria abrir exatamente no mesmo horário marcado para a saída da tour na Potsdamer Platz. Mesmo assim, seguimos para a praça, na esperança de ela aceitar algum pagamento em cartão, quando chegássemos ao destino. Mas infelizmente não deu certo, ela só aceitava dinheiro mesmo. Apesar da situação chata, não desanimamos. Voltamos, trocamos o dinheiro e partimos sozinhos mesmo. O destino? O antigo campo de concentração de Sachsenhausen.

Potsdamer Platz.

Potsdamer Platz.

Potsdamer Platz.

Potsdamer Platz.

Pegamos o metrô na Potsdamer Platz (linha S1) e saltamos na estação Oranienburg (a guia também faz esse caminho, todos vão juntos de metrô até lá). Ao chegar lá, fomos almoçar num McDonald’s perto da estação e pedimos orientações sobre como chegar em Sachsenhausen. Foi bem tranquilo, fomos andando. Aproveitamos para tirar fotos no caminho, estava tudo lindo coberto de neve.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

A caminho de Sachsenhausen.

Assim que chegamos a Sachsenhausen, por volta das 12:00h, já preparei meu coração. Sabia que a visita ia ser difícil e pesada, fisicamente (pelo frio) e psicologicamente. Pegamos um audioguia e começamos. Foram 4 horas de visita, tristeza, indignação e frio. Estar naquele local, vendo, ouvindo e lendo sobre o que aconteceu ali, é uma experiência única, sem dúvidas, mas de embrulhar o estômago, em muitos momentos.

Acho que não preciso explicar o que era um campo de concentração. Palco de horrores, torturas, mortes, destruição. Pouco do que havia ali foi mantido até hoje, somente exemplos de algumas estruturas que existiam naquela época. Passamos pelo caminho que os prisioneiros passavam para entrar no que, para muitos, seria o destino final, de onde nunca sairiam vivos. Entramos numa das cabanas onde eles eram mantidos, amontoados e em condições subumanas. Vimos alguns dos instrumentos utilizados para tortura-los, roupas e objetos pessoais recuperados. Passamos onde eles eram fuzilados, entramos na sala de necrópsias. Sentimos o frio que eles sentiram (na verdade, só um pouco, pois tínhamos bons agasalhos, ao contrário deles). Engoli o choro muitas vezes, mas algumas lágrimas acabaram escapando.

A seguir, algumas fotos que tiramos lá. Resolvi transcrever alguns trechos que lemos ao longo da visita, para tentar passar um pouco do que sentimos.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sobre a foto abaixo: “Os prisioneiros só eram autorizados a usar os banheiros ou mictórios nas manhãs e noites depois da chamada e também ocasionalmente durante a pausa do meio-dia. Em qualquer momento, eles só tinham alguns minutos. Os doentes, mais fracos e mais velhos que caíssem durante a correria, acabavam pisados pelos outros prisioneiros e permaneciam no chão cobertos por excrementos. A qualquer hora, em qualquer lugar – incluindo nos lavatórios – os guardas praticavam atos regulares de tortura. Prisioneiros que estavam incapazes de trabalhar, tinham que ficar em pé, sem mover um músculo, o dia inteiro nesses espaços fechados. Alguns prisioneiros eram afogados pelos guardas no vaso sanitário.”

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sobre a foto abaixo: “Aqui era onde, durante as manhãs, os prisioneiros tinham que se lavar. Algumas vezes, até 400 homens eram espremidos em barracas como essa. Eles só tinham 30 minutos para acordar, receber as rações, se lavar e estarem prontos para a chamada. Consequentemente, de 8 a 10 pessoas ficavam em pé nessas duas bacias, com água fria espirrando – como uma fonte – do meio. Esses cômodos também eram locais de terror, os guardas afogavam prisioneiros nas bacias para lavar os pés (à direita).”

Sachsenhausen.

Sobre as próximas 4 fotos: “O bloco de prisão foi um dos primeiros prédios do campo de concentração de Sachsenhausen, que os prisioneiros tiveram que construir em 1936 conforme os planos desenhados pela SS. O prédio em formato de T com três alas serviu de prisão tanto para os habitantes do campo quanto para prisioneiros da Gestapo. Escondido atrás de uma parede, o prédio ficou marcado na memória dos prisioneiros como um local secreto onde assassinatos horríveis e muitas outras formas de abuso aconteciam.”

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sobre a próxima foto: Local usado para descascar batatas. “Stanislaw Urbanczyk, que ficou em Sachsenhausen, lembra: ‘Longas filas de bancos ficavam entre as colunas e em frente ficavam as tinas para as batatas descascadas. Era incrivelmente sujo e o fedor de batatas podres entrava em nossos narizes e fundo em nossas cabeças. As batatas eram, em grande parte, congeladas e podres. Elas não eram lavadas e, caso algum prisioneiro tentasse lava-las, ele apanhava’. O porão era um local de maus tratos deliberados. Por exemplo, os homens da SS encarregados da cozinha empurravam prisioneiros aleatoriamente dentro da água fria da bacia de batatas e os seguravam embaixo d’água repetidamente”.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sobre a próxima foto: “Para cobrir o desenfreado reino do terror com pelo menos uma aparência de legalidade, os corpos dos prisioneiros eram dissecados. As autópsias normalmente eram realizadas por médicos prisioneiros sob supervisão do médico da SS encarregado da patologia. Só em últimos casos o médico da SS fazia a autópsia. A partir de 1942, as paredes do prédio de patologia passaram a ter uma nota contendo uma lista de 7 causas de morte. Independentemente do resultado da autópsia, uma dessas causas tinha que ser marcada no certificado de morte, que era posteriormente assinado pelo médico da SS. Nos primeiros anos, os corpos dos prisioneiros de Sachsenhausen eram cremados em Berlim. Em 1940, o aumento das fatalidades no campo e o subsequente transporte de corpos ameaçavam ser notados pela população. Então, a SS ordenou a instalação de um crematório na seção sul. Esse crematório relativamente pequeno foi logo substituído por uma grande instalação de extermínio.”

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Sachsenhausen.

Saímos de Sachsenhausen e voltamos pelo mesmo caminho.

Saindo de Sachsenhausen.

Saindo de Sachsenhausen.

Pegamos o metrô e fomos para a localidade de Prenzlauer Berg. Tinha visto na Internet que esse é um bairro bem legal, boêmio, mas quando saltamos no metrô, já estava escuro, continuava muito frio e não conseguimos ver nada por perto. Então desistimos e voltamos para os arredores do nosso hotel. Antes, paramos num supermercado e comi um pretzel. Quando fui pedir, fiquei surpresa ao ver pães de queijo na estufa!

Estufa em Prenzlauer Berg.

Pretzel em Prenzlauer Berg.

Fomos jantar no Maximilians, de comida bávara. Pedi um macarrão bávaro com queijo e cebola (Allgäuer Kasspatzn. mit Röstzwiebeln) e Gabriel pediu um Toast Aloisius (fatias de bolo de carne bávaro assadas com camembert e mostarda doce de munique) e uma cerveja, é claro. Comida maravilhosa! =)

Maximilians.

Maximilians.

Maximilians.

Maximilians.

Maximilians.

Voltamos ao hotel. Tenho que fazer uma observação sobre o estado da nossa pele. Nesses últimos dias, observamos que a nossa pele ao redor da barriga (vulgo pneus) está irritada, como se estivesse assada, muito ressecada. E arde muito, é um incômodo grande! Passar hidratante alivia muito, apesar de não ser uma solução permanente. Então fica a dica para quem vai viajar para lugares frios: leve (e use) um creme hidratante. Não fique achando que isso é “coisa de mulher”, porque quando o bicho pega, ele é que ajuda. O mesmo vale para hidratante labial, melhor levar e usar do que ficar com a boca rachada e dolorida.

Já deixamos nossas malas arrumadas porque amanhã partimos para o último destino dessa viagem: Amsterdam! =)

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