07/01/16
Acordamos, tomamos café no McDonald’s e seguimos
para a Potsdamer Platz, uma importante praça e interseção de tráfego. Nosso
plano era encontrar, ali, com uma guia turística que nos levaria (nós e outros
turistas; não marcamos nada antes, só aparecemos lá no horário especificado) ao
nosso destino do dia. Porém, quando acordamos, no hotel, Gabriel percebeu que
não tínhamos dinheiro suficiente trocado (tínhamos muitas libras e poucos
euros) e, até onde sabíamos, a guia só aceitava dinheiro em espécie. Saímos do
hotel e vimos que a casa de câmbio próxima ainda não estava aberta – ela iria
abrir exatamente no mesmo horário marcado para a saída da tour na Potsdamer
Platz. Mesmo assim, seguimos para a praça, na esperança de ela aceitar algum
pagamento em cartão, quando chegássemos ao destino. Mas infelizmente não deu
certo, ela só aceitava dinheiro mesmo. Apesar da situação chata, não
desanimamos. Voltamos, trocamos o dinheiro e partimos sozinhos mesmo. O
destino? O antigo campo de concentração de Sachsenhausen.
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Potsdamer Platz. |
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Potsdamer Platz. |
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Potsdamer Platz. |
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Potsdamer Platz. |
Pegamos o metrô na Potsdamer Platz (linha S1) e
saltamos na estação Oranienburg (a guia também faz esse caminho, todos vão
juntos de metrô até lá). Ao chegar lá, fomos almoçar num McDonald’s perto da
estação e pedimos orientações sobre como chegar em Sachsenhausen. Foi bem
tranquilo, fomos andando. Aproveitamos para tirar fotos no caminho, estava tudo
lindo coberto de neve.
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A caminho de Sachsenhausen. |
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A caminho de Sachsenhausen. |
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A caminho de Sachsenhausen. |
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A caminho de Sachsenhausen. |
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A caminho de Sachsenhausen. |
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A caminho de Sachsenhausen. |
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A caminho de Sachsenhausen. |
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A caminho de Sachsenhausen. |
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A caminho de Sachsenhausen. |
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A caminho de Sachsenhausen. |
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A caminho de Sachsenhausen. |
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A caminho de Sachsenhausen. |
Assim que chegamos a Sachsenhausen, por volta
das 12:00h, já preparei meu coração. Sabia que a visita ia ser difícil e
pesada, fisicamente (pelo frio) e psicologicamente. Pegamos um audioguia e
começamos. Foram 4 horas de visita, tristeza, indignação e frio. Estar naquele local, vendo, ouvindo e lendo sobre o que aconteceu ali, é uma experiência
única, sem dúvidas, mas de embrulhar o estômago, em muitos momentos.
Acho que não preciso explicar o que era um
campo de concentração. Palco de horrores, torturas, mortes,
destruição. Pouco do que havia ali foi mantido até hoje, somente exemplos de
algumas estruturas que existiam naquela época. Passamos pelo caminho que os prisioneiros
passavam para entrar no que, para muitos, seria o destino final, de onde nunca sairiam
vivos. Entramos numa das cabanas onde eles eram mantidos, amontoados e em condições
subumanas. Vimos alguns dos instrumentos utilizados para tortura-los, roupas e
objetos pessoais recuperados. Passamos onde eles eram fuzilados, entramos na
sala de necrópsias. Sentimos o frio que eles sentiram
(na verdade, só um pouco, pois tínhamos bons agasalhos, ao contrário deles).
Engoli o choro muitas vezes, mas algumas lágrimas acabaram escapando.
A seguir, algumas fotos que tiramos lá. Resolvi
transcrever alguns trechos que lemos ao longo da visita, para tentar passar um
pouco do que sentimos.
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
Sobre a foto abaixo: “Os prisioneiros só eram
autorizados a usar os banheiros ou mictórios nas manhãs e noites depois da
chamada e também ocasionalmente durante a pausa do meio-dia. Em qualquer
momento, eles só tinham alguns minutos. Os doentes, mais fracos e mais velhos
que caíssem durante a correria, acabavam pisados pelos outros prisioneiros e
permaneciam no chão cobertos por excrementos. A qualquer hora, em qualquer
lugar – incluindo nos lavatórios – os guardas praticavam atos regulares de
tortura. Prisioneiros que estavam incapazes de trabalhar, tinham que ficar em
pé, sem mover um músculo, o dia inteiro nesses espaços fechados. Alguns
prisioneiros eram afogados pelos guardas no vaso sanitário.”
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
Sobre a foto abaixo: “Aqui era onde, durante as
manhãs, os prisioneiros tinham que se lavar. Algumas vezes, até 400 homens eram
espremidos em barracas como essa. Eles só tinham 30 minutos para acordar, receber
as rações, se lavar e estarem prontos para a chamada. Consequentemente, de 8 a
10 pessoas ficavam em pé nessas duas bacias, com água fria espirrando – como uma
fonte – do meio. Esses cômodos também eram locais de terror, os guardas
afogavam prisioneiros nas bacias para lavar os pés (à direita).”
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Sachsenhausen. |
Sobre as próximas 4 fotos: “O bloco de prisão
foi um dos primeiros prédios do campo de concentração de Sachsenhausen, que os
prisioneiros tiveram que construir em 1936 conforme os planos desenhados pela
SS. O prédio em formato de T com três alas serviu de prisão tanto para os
habitantes do campo quanto para prisioneiros da Gestapo. Escondido atrás de uma
parede, o prédio ficou marcado na memória dos prisioneiros como um local secreto
onde assassinatos horríveis e muitas outras formas de abuso aconteciam.”
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
Sobre a próxima foto: Local usado para
descascar batatas. “Stanislaw Urbanczyk, que ficou em Sachsenhausen, lembra: ‘Longas
filas de bancos ficavam entre as colunas e em frente ficavam as tinas para as
batatas descascadas. Era incrivelmente sujo e o fedor de batatas podres entrava
em nossos narizes e fundo em nossas cabeças. As batatas eram, em grande parte,
congeladas e podres. Elas não eram lavadas e, caso algum prisioneiro tentasse
lava-las, ele apanhava’. O porão era um local de maus tratos deliberados. Por
exemplo, os homens da SS encarregados da cozinha empurravam prisioneiros
aleatoriamente dentro da água fria da bacia de batatas e os seguravam embaixo d’água
repetidamente”.
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
Sobre a próxima foto: “Para cobrir o
desenfreado reino do terror com pelo menos uma aparência de legalidade, os
corpos dos prisioneiros eram dissecados. As autópsias normalmente eram realizadas
por médicos prisioneiros sob supervisão do médico da SS encarregado da
patologia. Só em últimos casos o médico da SS fazia a autópsia. A partir de
1942, as paredes do prédio de patologia passaram a ter uma nota contendo uma
lista de 7 causas de morte. Independentemente do resultado da autópsia, uma
dessas causas tinha que ser marcada no certificado de morte, que era
posteriormente assinado pelo médico da SS. Nos primeiros anos, os corpos dos
prisioneiros de Sachsenhausen eram cremados em Berlim. Em 1940, o aumento das
fatalidades no campo e o subsequente transporte de corpos ameaçavam ser notados
pela população. Então, a SS ordenou a instalação de um crematório na seção sul.
Esse crematório relativamente pequeno foi logo substituído por uma grande
instalação de extermínio.”
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
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Sachsenhausen. |
Saímos de Sachsenhausen e voltamos pelo mesmo
caminho.
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Saindo de Sachsenhausen. |
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Saindo de Sachsenhausen. |
Pegamos o metrô e fomos para a localidade de Prenzlauer
Berg. Tinha visto na Internet que esse é um bairro bem legal, boêmio, mas quando
saltamos no metrô, já estava escuro, continuava muito frio e não conseguimos
ver nada por perto. Então desistimos e voltamos para os arredores do nosso
hotel. Antes, paramos num supermercado e comi um pretzel. Quando fui pedir, fiquei
surpresa ao ver pães de queijo na estufa!
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Estufa em Prenzlauer Berg. |
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Pretzel em Prenzlauer Berg. |
Fomos jantar no Maximilians, de comida bávara.
Pedi um macarrão bávaro com queijo e cebola (Allgäuer Kasspatzn. mit
Röstzwiebeln) e Gabriel pediu um Toast Aloisius (fatias de bolo de carne bávaro
assadas com camembert e mostarda doce de munique) e uma cerveja, é claro.
Comida maravilhosa! =)
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Maximilians. |
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Maximilians. |
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Maximilians. |
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Maximilians. |
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Maximilians. |
Voltamos ao hotel. Tenho que fazer uma
observação sobre o estado da nossa pele. Nesses últimos dias, observamos que a
nossa pele ao redor da barriga (vulgo pneus) está irritada, como se estivesse
assada, muito ressecada. E arde muito, é um incômodo grande! Passar hidratante
alivia muito, apesar de não ser uma solução permanente. Então fica a dica para
quem vai viajar para lugares frios: leve (e use) um creme hidratante. Não fique
achando que isso é “coisa de mulher”, porque quando o bicho pega, ele é que
ajuda. O mesmo vale para hidratante labial, melhor levar e usar do que ficar
com a boca rachada e dolorida.
Já deixamos nossas malas arrumadas porque amanhã
partimos para o último destino dessa viagem: Amsterdam! =)
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