Ir à Ásia era um desejo que eu já vinha
cultivando há algum tempo (tá bom, eu cultivo desejos de viagens para
praticamente todo lugar do mundo), mas fechar a lista de destinos não foi muito
fácil, afinal de contas o continente é cheio de cidades incríveis e diferentes
e exóticas que eu ainda quero visitar um dia. Foi especialmente difícil deixar
o Vietnã de fora do roteiro (acho que vale uma visita à parte), mas decidimos
visitar os seguintes países: Tailândia, Camboja, Malásia e Singapura.
Logo de cara já sabíamos que íamos encontrar
diferenças grandes entre esses países, que possuem realidades opostas –
enquanto Camboja está em 146 º lugar (de 189) no ranking de IDH e com renda per
capita anual de US$ 1.384,42, Singapura ocupa o 9 º lugar no ranking e renda
per capita de US$ 57.714,30. E pudemos confirmar isso nas cidades de visitamos.
Em Siem Reap, cidade mais turística do Camboja, ruas sem pavimentação são
predominantes; já em Singapura, é difícil achar um lixinho que seja no chão.
Mas essas diferenças, apesar de tristes, enriquecem a viagem e a vida. =D
Antes de começar os posts de cada dia, algumas
observações gerais:
- Comidas: observamos que, em geral, a comida asiática tem o agridoce como elemento central – eu, particularmente, adorei, quanto mais diferente mais legal. O arroz, por outro lado, me decepcionou – apesar de estar na maioria dos pratos, é muito sem sal, um desperdício (eu amo arroz de paixão). E nos restaurantes em geral, o comum é servir os pratos com garfo e colher, ao invés de garfo e faca, pois muitos dos pratos têm caldo.
- Proibições: ao visitar países com culturas diferentes da nossa, é interessante pesquisar antes sobre costumes e proibições, para não dar vexame ou até infringir alguma lei. Por exemplo, achei curioso ser proibido marcar chiclete nos trens em Kuala Lumpur, e atravessar fora da faixa em Singapura pode até dar multa.
- Pessoas: depois dessa viagem confesso que perdi um pouco da (mas não toda) vontade de visitar países como a China e a Índia. No geral (veja bem, disse no geral, com base na experiência que tivemos, o que não significa ser uma verdade absoluta, obviamente que não), achei os chineses espaçosos e pouco educados. Olha que sou brasileira e descendente de italiano, com tendência a falar gritando. E sobre os indianos (em maior quantidade em Kuala Lumpur), fiquei incomodada com os olhares esquisitos e, se eu estivesse sozinha, ficaria bem insegura. Mas no geral, nos sentimos muito bem recebidos em todos os lugares – os tailandeses, principalmente, são uns amores, super simpáticos!
- Comparação entre os países: como eu falei, visitamos locais com características bem diferentes entre si e em relação à nossa realidade. Achei legal trazer essa tabelinha abaixo com alguns dados, que tirei de uma busca simples no Google (tá, não me preocupei em buscar fontes confiáveis, mas oreva).
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Tailândia
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Camboja
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Malásia
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Singapura
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Brasil
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Língua oficial
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Tailandês
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Khmer
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Malaio e inglês
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Inglês, malaio, mandarim, tâmil
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Português
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Moeda
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Baht tailandês
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Riel
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Ringgit
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Dólar de Singapura
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Real
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Área
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513.120,15 km²
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181.035 km²
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329.847 km²
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716,1 km²
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8.515.767,049 km²
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População (2017)
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69,04 mi
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16,01 mi
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31,62 mi
|
5,612 mi
|
209,3 mi
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PIB (2017)
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US$ 455,2 bi
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US$ 22,16 bi
|
US$ 314,5 bi
|
US$ 323,9 bi
|
US$ 2,056 tri
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Renda per capita (2017)
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US$ 6.593,82
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US$ 1.384,42
|
US$ 9.944,90
|
US$ 57.714,30
|
US$ 9.821,41
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IDH (2018)
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0,755 (83.º)
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0,582 (146.º)
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0,802 (57.º)
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0,932 (9.º)
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0,759 (79 º)
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Religião predominante
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Budismo
|
Budismo
|
Islamismo
|
Budismo
|
Cristianismo - catolicismo
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16/03/19
Chegamos ao aeroporto de Vitória e, no check-in
na Avianca, já pediram para conferir o cartão de vacina internacional. Eu tirei
o meu cartão pela internet, no site da Anvisa, e ainda bem que deu tudo certo.
Os atendentes da Avianca informaram que uma companhia aérea, a South African
Airways, não estava aceitando esses emitidos na Internet – então fica a dica,
melhor tirar presencialmente na Anvisa.
Saímos de Vitória às 19:45h e chegamos a
Guarulhos por volta das 21:15h. Queríamos jantar no Olive Garden, mas de novo
cometemos o mesmo erro – embarcamos antes e erramos o caminho (o Olive Garden
fica antes do embarque). Comemos no Pizza Hut mesmo e morremos de esperar.17/03/19
Nosso voo para Doha saiu de Guarulhos às
02:50h. Viajamos com a Qatar Airways, uma ótima companhia aérea. Gabriel ficou
na janela e eu no meio. Além do cobertor e travesseirinho de costume, nos deram
um kit com escova, pasta, protetor auricular, lip balm, máscara de dormir e
meias. Entregaram ainda um menu com as opções de cada refeição ao longo da
viagem – nas 16 horas de voo, tivemos um jantar, um lanche e um brunch.
Aproveitei o tempo livre para assistir alguns
filmes que queria – Hidden Figures e Shape of Water. E já percebemos as
diferenças culturais entre as duas metades do globo dentro do avião – na tela
individual, tinha como selecionar o Alcorão para leitura, havia avisos pedindo
para permanecer sentado durante as orações e no mapa de voo tinha a direção de
Meca.
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Aviso no avião da Qatar Airways. |
18/03/19
Depois de longas 16 horas, chegamos a Doha com
atraso. Desembarcamos às 00:50h e já havia iniciado o embarque do nosso próximo
voo. Saímos correndo e ainda bem que não passamos por imigração, só pelos detectores
de metal. Também demos a sorte de nosso portão ser bem próximo.
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Aeroporto Doha. |
Encaramos mais 6 horas de viagem entre Doha e
Bangkok, também pela Qatar Airways. Depois de um lanche, uma refeição e dois
filmes (Life of Pi e Ferdinando), chegamos a Bangkok, às 12:30h. Como o Brasil
estava na lista do Health Control, tivemos que preencher formulários de
controle de Febre Amarela, passar por essa fila específica, onde eles conferem
o cartão internacional de vacina, e depois formos para a gigantesca fila de
imigração.
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Aeroporto Bangkok. |
Ainda no aeroporto Suvarnabhumi, trocamos
alguns dólares por bahts. Pegamos um taxi até nosso hotel, tomamos um banho e
dormimos umas 02:30h.
Nos arrumamos e fomos a pé (bem pertinho do
hotel) conhecer um dos principais pontos turísticos de Bangkok, a Khaosan Road.
É aquela rua caótica que a gente vê nos filmes (Se beber não case e A Praia),
onde tudo acontece e ninguém dorme. Realmente, a gente vê de tudo lá. Existem
muitas barracas de frutas (abacaxi, manga, pitaya, mangostim – em todos os
lugares da Tailândia que visitamos), lojas de roupas, lojas de massagem e barraquinhas
de Pad Thai e insetos. Também andamos pela Rambuttri, uma rua próxima, também
movimentada, mas relativamente mais tranquila e bonita. Gostamos mais de andar
pela Rambuttri, os restaurantes e barzinhos são bem legais, ficamos em dúvida sobre
onde parar para comer.
Arredores do hotel em Bangkok. |
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Khaosan Road. |
Khaosan Road. |
Khaosan Road. |
Khaosan Road. |
Fomos a uma agência de turismo / viagens, a Mr.
Thai, perto do hotel Rambuttri Village, e fechamos 2 passeios, para dois dias
diferentes. Depois chegou uma hora muito esperada da viagem, a hora de comer
escorpião.
É claro que eu não ia sair da Tailândia sem
comer algo estranho, e decidi provar o escorpião. Percebi que essas
barraquinhas de insetos são mais para turistas mesmo, mas isso não fez
diferença. Tive medo de estragar alguns dias de viagem passando mal por comer
porcaria? Tive. Amarelei? Não. É o tipo de coisa que eu queria fazer uma vez na
vida e fiz. Escolhi um bem pequeno e bonitinho e mordi. Nada demais, um
crocante com gostinho de caramelizado (acho que eles fazem isso para ficarem mais
atrativos). E ainda dividi com Gabriel. Comeria de novo!
Barraquinha de insetos. |
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Comendo escorpião. |
Um vídeo desse momento: Comendo escorpião.
Paramos para comer no My Darling, na Rambuttri. Pedimos Pad Thai – um macarrão de arroz frito com legumes e carne (você pode escolher o sabor). Estava bem gostoso, puxado para o agridoce, como já disse. Pedi um daiquiri de morango, para refrescar, e Gabriel provou a Chang, cerveja tailandesa.
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Jantar no My Darling. |
Jantar no My Darling. |
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Jantar no My Darling. |
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